quarta-feira, 31 de março de 2010

Para o meu pai: Carlos Machado de Macedo

Paizinho,

Muita dor meu querido, muita saudade (e sei que ainda há muita saudade por sentir).

Uma vez ministrando num culto em casa (há mtos anos atrás, eu era pequena, quando vc abria as portas da sua casa para receber aqueles que tinham sede de palavras de conforto e de fé), me lembro de vc dizer "Imagina o que Deus fez, entregar um filho para morrer. Certamente eu morreria pela minha filha, mas entregá-la para morrer...eu não poderia". Pai, eu também daria, eu qualquer tempo minha vida por você. Mas sabemos que não é uma troca, cada um na sua história de vida e de morte. Mas lembrar disso, reforça ainda mais a convicção que tenho do seu amor por mim.

Entre nós, fico com a alegria e o alívio de não termos deixado nada por dizer, nada por viver, nada por fazer.

Vivemos, juntos, uma rara de relação de amor entre pai e filha. Sinto como mais do que isso, um amor de almas, tão incondicional quanto imensurável.

Brigamos. Choramos. Fizemos as pazes. Rimos (nossa...rimos mto juntos!). Nos perdemos. Nos encontramos. Sofremos. Nos alegramos. Tantas vezes nos emcocionamos com o amor que sentimos um pelo outro. Ficamos apenas em silêncio tantas vezes, permitindo nos sentir a plenitude do momento.

Eu sei que eu tive o seu melhor. Eu sei que vc sempre soube que teve o meu melhor.

Oxalá eu possa carregar na minha jornada sua capacidade de perdão, seu bom humor e alegria, sua capacidade de fazer amigos, sua capacidade de amar e de se fazer amar, seu charme, sua inteligência, sua maneira simples de ser feliz.

Tenho no meu coração, na minha memória, e em que eu sou tudo o que você é, tudo o que vc representa para mim. Você continua neste plano através de mim e dos seus. Continuo com a convicção de que o espírito segue. Neste, você foi meu PAI. Escolhido por mim, antes que eu fosse carne. Nada é por acaso. NADA É POR ACASO. NADA É POR ACASO.

"Vamos cuidar da vida!" Era o que vc dizia por aqui. É o que vc tem soprado no meu ouvido: "Bola pra frente, filha!".

Que eu possa fazer jus ao seu DNA, ao seu sobrenome, a tudo que você me entregou por amor.

Fico com o nosso amor, com as lembranças dos nossos momentos, com o som de você ao piano, com o som do seu riso, com o calor do seu abraço (que eu daria tudo o que sou e tenho para sentir novamente), com a esperança de um encontro (em sonho, em outro plano, em outra vida, em Cristo, em espírito...não importa, desde que seja um encontro).

A você, meu pai tão amado, toda a minha gratidão!

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